30/12/2015

Justin Bieber P.O.V

Eu fui o pior filho da puta com ela, mas ela não tinha esse direito. Ela não tinha o direito de transar comigo e depois estar agarrada com o meu amigo no lugar onde transamos. Puta que pariu, Chaz era um falso do caralho. Como eu pudê continuar falando com ele mesmo depois dele ter pegado ela? Eu sentia uma raiva imensa dos dois. Me sentia traído.

Recolhi minha carteira e meu celular e quando ia sair os dois saíram desesperados do quarto.

-Justin, cara, você entendeu tudo errado. -Chaz disse. Olhei pra ele e ri.
-Eu entendi errado? Por favor, né Chaz. Você estava beijando minha ex namorada e eu estou errado?
-Exatamente. Ex namorado, vulgo a qual você transou e depois humilhou.
-Mia, não complica. -Chaz disse olhando pra ela, apavorado. 
-Que se dane vocês dois. -Virei de costa.
-Você não tem o direito de ficar com raiva dele. -Mia gritou.
-Você também não teria motivos pra ficar com raiva de mim caso eu agarrasse uma amiga sua. -Disse e ela abaixou o olhar. -Que se foda vocês dois. Quer saber? Vocês dois se merecem. São dois traíras.

Bati a porta e sai de lá. Quando entrei dentro do elevador senti meus olhos marejarem e logo encostei minha cabeça no espelho. Quando a porta abriu eu levantei minha cabeça e saí dali, me lembrando do que eu tinha dito sobre ela ontem. Eu fui um maldito filho da puta em dizer na frente de todo mundo que ela só servia pra umas trapadas.

Mia serve pra tantas coisas.

Entrei no meu carro e respirei fundo. Quando ia sair dali, ela entrou na frente do carro. Eu quase atropelei essa maldita.

-VOCÊ TÁ LOUCA?
-VOCÊ VAI ME ESCUTAR. 
-SAI. 
-NÃO VOU.
-SAI.
-ME OBRIGA.

Sai do carro, e quando ia na direção dela. Mia me empurrou na parede com toda a sua força e me segurou pela gola da camiseta me impedindo de sair de lá.

-Você vai me escutar. -Ela disse e eu fuzilei ela com o olhar.
-Fala logo.
-Você acha que tem o direito de transar comigo e depois me ignorar? Acha que tem o direito de me humilhar na frente de todos os meus amigos e dizer que eu só sirvo pra transar? -Seus olhos já marejavam.
-Caralho, Mirela. Eu estava nervoso!
-E você tinha que me ignorar? Tinha que falar tudo aquilo na frente de todos?
-Eu confesso que disse aquilo pra você se afastar de mim. Eu transei com você mas me arrependi disso. Eu estava te ignorando porque queria que você esquecesse o que aconteceu entre nós dois. -Ela abaixou o olhar e algumas lágrimas caíram- Eu queria que você me odiasse e voltasse a me ignorar. Ai iria ser mais fácil!
-E não era mais fácil chegar em mim e dizer que não queria nada comigo, realmente? Que você só transou comigo por tesão e que se arrependeu? Não era mais fácil? Você tinha que me humilhar? -Ela disse me olhando. Seus olhos inundados de lágrimas denunciava meu erro.
-Seria difícil pra mim chegar em você e dizer tudo isso, Mirela. Porque eu te amo.
-Então você procurou o mais fácil pra você e deixou o mais difícil pra mim. -Ela disse sorrindo sem humor. E logo me soltando- Amar não é isso, Justin. Sinto em te dizer. Amar é estar sempre com a pessoa, não deixar ela se machucar nunca.
-Eu só não iria conseguir.
-Você não tinha o direito de dizer aquelas coisas. De acabar com a minha noite. Eu estava bem, você me obrigou a entrar no seu carro. Você me fodeu -abaixei o olhar- você me fodeu inteira Justin, e não foi só literalmente. Você fodeu meu coração. Você me fez ter uma noite incrível e em seguida dias ruins. 
-Eu não tenho o que falar, desculpa...
-Você já notou que nunca tem nada o que falar? Que saco, Justin. -Ela disse e limpou algumas lágrimas- Era só assumir a verdade.
-Eu sou fraco, caralho. -Disse começando a chorar- Eu queria que você se afastasse porque sei que eu e você junto não damos certo, que somos tóxicos um para o outro. Você estava bem, Mia, e eu queria que você continuasse bem, mas sem mim. Eu não te faço bem, você não percebeu isso ainda?
-Você me faz bem, Justin. -Disse segurando as laterais de meu rosto. -Puta que pariu! Você me faz tão bem, como ninguém nunca fez. 
-Eu só te faço chorar... -Neguei olhando pra baixo.
-Olha pra mim. -Olhei-  Você me faz chorar, sim, Justin. Mas a gente se ama e é tudo isso que importa. -Ela disse e eu respirei fundo.

Mia me olhou e respirou fundo, percebendo que não tinha me feito acreditar nisso. Eu nunca acreditaria que eu faço bem pra ela, tudo que eu fiz por ela, foi fazer ela chorar desde que eu voltei. Eu não queria ser egoísta e ficar com ela, privar ela de conhecer uma pessoa especial e talvez Chaz fosse essa pessoa.

-Talvez Chaz é a pessoa que vai te fazer sorrir, e tirar esse amor que você sente por mim.
-Chaz é meu melhor amigo, Justin. Eu não sinto mais nada por ele se não for amor de amigo.
-Não pareceu isso no quarto. -Ela deu uma risadinha.
-Nós somos amigos... 
-Amigos que se pegam, também quero ter uma amizade dessa. -Disse irônico.
-Você pode ter... Mas ao contrário...
-Como assim?
-Você pode ter uma namorada, de novo... -Ela disse e olhou pra baixo parecendo envergonhada.
-Você está me pedindo em namoro? -Ela olhou pra mim.
-Se você aceitar, eu estou te pedindo em namoro. Se você não aceitar, eu não estou. -Disse e eu ri.
-Então você está me pedindo em namoro.
-Sério? -Ela disse me olhando com os olhos arregalados.
-Sério!
-Isso quer dizer que... -Ela segurou meus braços.
-Que eu aceito tentar novamente. Que eu aceito me embarcar nessa loucura com você, que eu aceito me entregar novamente, que eu aceito dar novamente uma chance pro meu coração. -Ela estava com os olhos brilhando e tinha um sorriso enorme no rosto. Era tão bom vê-la assim. -Que eu aceito namorar com você. -Disse as ultimas palavras bem baixinho.
-Eu te amo, tanto. -Ela disse e pulou no meu colo.
-Agora vem, quero te levar pra um lugar.
-Que lugar, Justin?
-Um lugar, onde esteja só eu e você.
-Eu posso pelo menos me trocar? -Disse olhando minhas roupas.
-Esqueci de dizer, mas você está linda. Sempre esteve mas hoje você está muito mais. -Disse com sinceridade- Não precisa trocar de roupa, você está ótima assim.


Mirela olhou pra mim e corou, abrindo um pequeno sorriso. Prensei-a na parede e passei meus braços por sua cintura, Mirela passou por minha nuca e colamos nossos lábios. Senti a sua lingua preguiçosamente adentrar minha boca, ela deu um sorriso no meio do beijo. Virei minha cabeça pro lado oposto e agarrei sua nuca com força, puxando todos os cabelos dali. Mia abriu a boca com mais agilidade e o beijo que era calmo e romântico agora passava pra um tom desesperador e com muito, muito desejo. Apertei sua bunda e ela sorriu, desgrudando nossos lábios.

-Eu acho que temos que ir, né?
-Na verdade não temos. -Voltei a colar nossos lábios mas ela me soltou.
-Você disse que iriamos sair, agora eu estou curiosa.

Mia beijou o espaço do meus queixo com a boca e mordeu, em seguida. Ela entrou no carro e eu sorri, com o meu maior sorriso malicioso. Não podia acreditar que eu tinha minha garota novamente.

Enquanto dirigia até o local desejado, minha segunda mão estava na perna de Mia, acariciando aquele local e as vezes dando alguns apertos. Ela estava com os pés no painel e cantarolava Daylight do Maroon 5. Eu olhava pra Mia e sorria, não acreditando que ela era minha de novo. 

Dá pra acreditar o quão louca a vida é? Ontem a gente acordou juntos, eu a ignorei, em seguida veio a noite onde eu a humilhei na frente de todos, em seguida veio essa manhã onde tivemos uma pequena discussão e nessa mesma manhã foi a cuja que voltamos. A vida é louca pra caralho. Mas foda-se, eu só quero aproveitar com a minha garota.

-Justin? -Mia me chamou, olhei-a. 
-Sim?
-Você pensa em ter filhos comigo? -Sorri com esse pensamento- Não agora, mas talvez em um futuro mais próximo.
-Posso te contar uma coisa? -Ela assentiu rapidamente- Eu já pensava em ter filhos com você desde quando eu achava que você era minha irmã e que estávamos vivendo um incesto. -Ela abriu um sorriso enorme- E quer saber, Mia? Eu não me importaria se você ficasse grávida agora. -Ela arregalou os olhos- Eu sei que é seu sonho terminar a faculdade primeiro, mas caso acontecesse de você engravidar, eu não te abandonaria nessa. Eu iria amar essa ideia. -Disse sorrindo, mas com os olhos na estrada.
-É sério? -Olhei-a por alguns instantes. Ela estava sorrindo feito boba, e ao mesmo tempo com uma feição assustada.
-Sim, talvez eu nunca tenha dito algo tão sério. -Ela disse e sorriu, assentindo. Olhando a estrada e corando. -E você, pensa em ter filhos comigo?
-Não vou mentir, no começo quando começamos a ficar, eu não pensava em ter filhos com você, porque além de ser nova pra pensar nisso eu achava que a vida era uma grande diversão sem fim. Eu achei que nunca daríamos certo pelo fato de sermos irmãos. -Assenti- Mas agora, Justin... Tudo que eu mais quero é me formar na faculdade e formar uma família com você.
-Quantos filhos podemos ter?
-Por mim podemos ter três.
-Eu queria ter cinco, ou seis.
-Quê? -Ela disse rindo.-Tá louco?
-Eu to falando sério. -Disse rindo e ela assentiu.
-Justin? -Olhei-a- Você acha que deveríamos visitar nossos pais?
-Eu pensei nisso a madrugada inteira. Apesar do que eles fizeram Mia, eles foram bons pra mim. Eles cuidaram de nós dois e só tentaram nos afastar porque deve ser muito difícil pra ele, dois filhos envolvidos. Nós nunca pensamos em como eles ficaram, só pensamos em nós dois.
-Eles me colocam pra fora de casa, Justin. Mesmo sabendo que eu não tinha pra onde correr. Mesmo sabendo que eu não tinha lugar pra ficar. Eles não se importaram comigo nem um pouco.
-Eu acho que devemos perdoa-los. -Ela assentiu.
-Eu também acho.
-Não devemos guardar rancor das pessoas que cuidaram da gente, que nos deu educação e que principalmente, nos juntou e nos mostrou o que é amor. 

Mia sorriu pra mim e logo quando cheguei no local desejado ela sorriu pra mim. Ela gostou de estar na praia, apenas nós dois. 

Era cedo e era uma praia que quase ninguém frequentava. Demos as mãos e fomos em direção a beira do mar. Nos sentamos lá e ficamos batendo papos aleatórios até a louca da Mirela levar e começar tirar a roupa ficando apenas de lingerie. Eu ri dela quando ela correu pro mar, logo se virando e me chamando com a mão. Me despi na mesma agilidade que ela e corri em sua direção, a pegando no colo e rodando.

Mirela era minha irmã, ou pelo menos acreditávamos nisso. Vivíamos um desejo louco, consumido pelo nosso corpo, uma necessidade em estarmos perto um do outro. Viviamos sem medo da merda que daria no final. O final foi o melhor. O final não foi quando eu forjei minha morte. O final, ou talvez até mesmo o começo desse final era eu e Mia, correndo que nem loucos nessa praia. Sem medo de amar, sem medo de se arrepender. Sem medo de dar errado. Porque a vida é assim, se tivermos medo, nunca vamos conseguir ser felizes e superar nossos medos. É passando pelo medo que você o supera.

Dava pra acreditar em tudo isso? Parecia tudo um sonho, e se fosse mesmo um sonho... Eu não queria acordar, nunca mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário